Thursday, July 3, 2008

PITCH - Wagner Borges

Nome do projecto: "TRÊS!"

Género artístico: Teatro / Performance

Sou eu que o digo. A possibilidade de recriação de várias identidades compõe um dos elementos mais estranhos ao ser - a ausência de ti, sobre a existência do outro: a partir do momento em que te colocas como elemento exterior, imediatamente a identidade que te vê já te é estranha. Todos nós somos compostos por várias semelhanças. Muitas vezes deparamo-nos com situações que nos obrigam a mudar a nossa forma de estar. Ser-estar. Ser-fazer. Ser-ser.
Três actrizes criam três identidades estéticas para uma única personagem – uma mulher que, na ausência de si mesma, vai ouvindo a sua própria voz como vazio, o exercício da sobrevivência.
Tu - nada ou tudo, mulher que ri, que está silenciosa, tudo por um amor, fui escolhida para, ela é, a pessoa que dá a cara não é verdade. É uma sombra atrás do pano. A sombra de uma simples, eterna e irrisória ausência.
Um texto. Três vozes. Seres. Corpos.
No desabitado de si mesmo.
Onde começa a ficção e acaba a realidade?
Quem está exposta, a actriz ou a personagem?
O que é memória ou não?
É um jogo? Fui escolhida para… Fica no sofá.
Não se pode dizer nada disso.
Elas vivem no palco umas das outras.
E quem somos nós, que as vemos?
Não ser ninguém.
Em cada noite, uma actriz diferente.
Um monólogo diferente.

O trabalho pretende que em cada noite possamos assistir a um espectáculo diferente, tendo em conta premissas sempre iguais: o texto e o tempo de acção. Contudo, a cada noite, a actriz escolhida terá que resolver o seu problema, uma vez que o espaço cénico é outro (alterado pela actriz da noite anterior) bem como haverá pistas deixadas pelas outras actrizes (que não estarão presentes), as quais terá que resolver. E como o fará, diante de um público? Tem ainda como objectivos revelar ao espectador, simplesmente, uma expressão da contracena, nas vertentes actor-actor e actor-público e explorar as ressonâncias, que surgem dos processos de repetição,estruturantes da composição, tendo em conta o real do momento e a surpresa do imprevisto: um território constante de renascimento no binómio mulher-actriz.

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